segunda-feira, 12 de maio de 2008

PRETOS VELHOS

HISTÓRICO

As grandes metrópoles do período colonial: Portugal, Espanha, Inglaterra, França, etc; subjugaram nações africanas, fazendo dos negros mercadorias, objetos sem direitos ou alma.

Os negros africanos foram levados a diversas colônias espalhadas principalmente nas Américas e em plantações no Sul de Portugal e em serviços de casa na Inglaterra e França.

Os traficantes coloniais utilizavam-se de diversas técnicas para poder arrematar os negros:

Chegavam de assalto e prendiam os mais jovens e mais fortes da tribo, que viviam principalmente no litoral Oeste, no Centro-oeste, Nordeste e Sul da África.
Trocavam por mercadoria: espelhos, facas, bebidas, etc. Os cativos de uma tribo que fora vencida em guerras tribais ou corrompiam os chefes da tribo e financiavam as guerras e fazia dos vencidos escravos.
No Brasil os escravos negros chegavam por Recife e Salvador, nos séculos XVI e XVII, e no Rio de Janeiro, no século XVIII.

Os primeiros grupos que vieram para essas regiões foram os bantos; cabindos; sudaneses; iorubas; geges; hauçá; minas e malês.

A valorização do tráfico negreiro, fonte da riqueza colonial, custou muito caro:

"Em quatro séculos, XV ao XIX, a África perdeu, entre escravizados e mortos 65 a 75 milhões de pessoas, e estas constituiam uma parte selecionada da população.

Arrancados de sua terra de origem, uma vida amarga e penosa esperava esses homens e mulheres na colônia: trabalho de sol a sol nas grandes fazendas de açúcar. Tanto esforço, que um africano aqui chegado durava, em média, de sete a dez anos!

Em troca de seu trabalho os negros recebiam três "pês": pau, pano e pão. E reagiam a tantos tormentos suicidando-se, evitando a reprodução, assassinando feitores, capitães–do-mato e proprietários. Em seus cultos, os escravos resistiam, simbolicamente, à dominação. A "macumba" era, e ainda é, um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão. As rezas, batucadas, danças e cantos eram maneiras de aliviar a asfixia da escravidão. A resistência também acontecia na fuga das fazendas e na formação dos quilombos, onde os negros tentaram reconstituir sua vida africana. Um dos maiores quilombos foi o Quilombo dos Palmares onde reinou Ganga Zumba ao lado de seu guerreiro Zumbi, protegido de Ogum.

"Zumbi, comandante guerreiro...

Guerreiro mor, capitão.

Da capitania da minha cabeça...

Levai alforria ao meu coração..."

(Gilberto Gil)

Os negros que se adaptavam mais facilmente à nova situação recebiam tarefas mais especializadas, reprodutores, caldeireiro, carpinteiros, tocheiros, trabalhador na casa grande (escravos domésticos) e outros, ganharam alforria pelos seus senhores ou pelas leis do Sexagenário, Ventre livre e enfim a Lei Áurea.

Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir mesmo de maneira precária uma união representativa da língua, culto aos Orixás e aos antepassados e tornaram-se um elemento de referência para os mais novos, refletindo os velhos costumes da Mãe África.

Eles conseguiram preservar e até modificar, no sincretismo, sua cultura e sua religião.



ATUAÇÃO

E assim são os Pretos-Velhos da Umbanda. Eles representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência para todos aqueles que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz.

Eles representam a humildade, não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado.

Com seus cachimbos, fala pousada, tranqüilidade nos gestos, eles escutam e ajudam àqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e de religião.

Não se pode dizer que em sua totalidade que esses espíritos são diretamente os mesmos pretos-velhos da escravidão. Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram por muitas vidas anteriores foram: negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres, iluminados, e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra em forma incorporada de preto-velho. Outros, nem pretos-velhos foram, mas escolheram como missão voltar nessa pseudo forma.

Este comentário pode deixar algumas pessoas, do culto e fora dele, meio confusas: "então o preto-velho não é preto-velho, ou é, ou o que acontece???".

O espírito que evoluiu tem a capacidade de se por como qualquer forma passada, pois ele é energia viva e conduzente de luz, a forma é apenas uma conseqüência do que eles tenham que fazer na terra. Esses espíritos podem se apresentar, por exemplo, em lugares como um médico e em outros como um preto-velho ou até mesmo um caboclo ou exu. Tudo isso vai de acordo com o seu trabalho, sua missão. Não é uma forma de enganar ou má fé com relação àqueles que acreditam, muito pelo contrário, quando se conversa sinceramente, eles mesmos nos dizem quem são, caso tenham autorização.

Por isso, se você for falar com um preto-velho, tenha humildade e saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus problemas, como em um passe de mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você mesmo, tenha fé, acredite em você, tenha amor a Deus e a você mesmo.

Para muitos os pretos-velhos são conselheiros mostrando a vida e seus caminhos; para outros, são pisicólogos, amigos, confidentes, mentores espirituais; para outros, são os exorcistas que lutam com suas mirongas, banhos de ervas, pontos de fogo, pontos riscados e outros, apoiados pelos exus de lei (exus de luz) desfazendo trabalhos e contra as forças negativas (o mal), espíritos obscessores e contra os exus pagãos (sem luz que trabalham na corrente negativa que levam os homens ao lado negativo e a destruição).



MENSAGEM

Os pretos-velhos levam a força de Deus (Zambi) a todos que queiram apender e encontrar uma fé. Sem ver a quem, sem julgar, ou colocando pecados. Mostrando que o amor a Deus, o respeito ao próximo e a si mesmo, o amor próprio, a força de vontade e o encarar o ciclo da reencarnação podem aliviar os sofrimentos do karma e elevar o espírito para a luz divina. Fazendo com que as pessoas entendam e encarem seus problemas e procurem suas soluções da melhor maneira possível dentro da lei do dharma e da causa e efeito.

Eles aliviam o fardo espiritual de cada pessoa fazendo com que ela se fortaleça espiritualmente. Se a pessoa se fortalece e cresce consegue carregar mais comodamente o peso de seus sofrimentos. Ao passo que se ela se entrega ao sofrimento e ao desespero enfraquece e sucumbe por terra pelo peso que carrega. Então cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente de acordo com encare seu distino e os acontecimentos de sua vida: "Cada um colherá aquilo que plantou. Se tu plantaste vento colherás tempestade. Mas, se tu entenderes que com luta o sofrimento podeis tornar-se alegria vereis que deveis tomar consciencia do que foste teu passado aprendendo com teus erros e visando o cescimento e a felicidade do futuro. Não sejais egoista, aquilo que te fores ensinado passai aos outros e aquilo que recebeste de graça, de graça tu darás. Porque só no amor, na caridade e na fé é que tu podeis encontrar o teu caminho interior, a luz e DEUS" (Pai Cipriano, incorporado no médium Etiene Sales, em setembro de 1997).

Salve todos os PRETOS-VELHOS, que DEUS os iluminem e os abençoem. A todos os PRETOS-VELHOS que trabalham nesse mundo e no outro com muito amor.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Caboclos

A palavra caboclo, vem do tupi kareuóka, que significa da cor de cobre; acobreado. Espírito que se apresenta de forma forte, com voz vibrante e traz as forças da natureza e a sabedoria para o uso das ervas.

A marca mais característica da Umbanda, uma religião surgida no Brasil no final do século XIX e início do século XX, é a manifestação de entidades espirituais, por meio da mediunidade de incorporação. Os primeiros espíritos a “baixar” nos terreiros de Umbanda foram aqueles conhecidos como Caboclos e Pretos-velhos, a seguir surgiram outras formas de apresentação como as Crianças, conhecidas, variadamente, como Erês, Cosme e Damião, Dois-dois, Candengos, Ibejis ou Yori. Essas três formas, Crianças, Caboclos e Pretos-velhos, podem ser consideradas as principais porque resumem vários símbolos: representam, por exemplo, as raças formadoras do povo brasileiro - indígenas, negros e brancos europeus - e também representam as três fases da vida - a criança, o adulto e o velho - mostrando a dialética da existência. Além disso, trazem valores arquetipais de Pureza e Alegria na Criança; Simplicidade e Fortaleza no Caboclo e a Sabedoria e Humildade dos Pretos-velhos, mostrando o caminho para a evolução espiritual dos sentimentos, do corpo físico e da mente. Com a expansão da Umbanda, muitas entidades apareceram, como os Baianos, Boiadeiros, Marinheiros e outras, sem falar de Exu, outro grande ícone umbandista.

Essa diversidade confirma a abrangência desse movimento espiritual que chama a todos e recebe seres encarnados e desencarnados, com vibrações de fraternidade e amizade sob a luz de Oxalá.

Nesse artigo trataremos, mais especificamente, das entidades conhecidas como Caboclos, in­variavelmente presentes nos terreiros de Umbanda, praticando a caridade e cumprindo sua missão espiritual.

Existem variações no entendimento que os umbandistas têm sobre o que sejam os caboclos. As variações são próprias do movimento umbandista, notavelmente plural, mas há consenso na Umbanda, no fato de que os Caboclos são espíritos de humanos que já viveram encarnados no plano físico e são, portanto, nossos ancestrais. É interessante notar que em alguns cultos afro-brasileiros, os caboclos são considerados “encantados” e se relacionam com os espíri­tos da natureza, recebendo nomes de animais, plantas ou outros elementos naturais. Essa percepção se aproxima das lendas indígenas que narram um tempo em que os animais falavam e viviam em comunhão com os homens, podendo um se transformar no outro, (veja mais nas obras de Betty Mindlin).

A palavra caboclo como dito anteriormente vem do tupi kariuóka, que significa da cor de cobre; acobreado. A partir daí vem a relação com os índios brasileiros, de tez avermelhada. Assim, a palavra caboclo passou a designar aquilo que é próprio de bugre, do indígena brasileiro de cor acobreada. Posteriormente surgiu a noção de caboclo como mestiço de branco com índio, o sertanejo. Dada essa relação dos caboclos com os indígenas - nos terreiros de Umbanda é dessa forma que se manifestam -, e aproximando esse fato ao Orixá Oxossi, que em África é cultuado como Odé, o caçador, o Senhor das Florestas, conhecedor dos segredos das matas e dos animais que lá vivem, diz-se que os Caboclos que baixam na Umbanda são espíritos ligados a Oxossi. Muitos entendem que somente esses são caboclos e que as entidades da vibração de Ogum, Xangô, Yemanjá e Oxalá não seriam, propriamente, caboclos. No entanto, há caboclos da praia, do mar e das ondas, das pedreiras, das cachoeiras, dos rios etc., cujos elementos se associam mais aos outros Orixás que a Oxossi.

Outra maneira de se interpretar as entidades de Caboclo, é como espíritos que se apresentam na forma de adultos, com uma postura forte, de voz vibrante, que trazem as forças da natureza, manipulando essas energias para trabalhar nas questões de saúde, vitalidade e no corte de correntes espirituais negativas. Seu linguajar pode se assemelhar ao dos indígenas, paramen­tados ou não com cocares, arcos e flechas, machadinha e espadas. Aqui estamos entendendo os Caboclos de maneira mais ampla, como símbolo de fortaleza, do vigor da fase adulta, existindo caboclos de Oxossi, Xangô, Ogum e mesmo aquelas entidades ligadas aos orixás femininos, como Yemanjá, Oxum, Yansã. É claro que essas últimas entidades não vêm como índias, mas com uma forma tipicamente relacionada aos seus atributos. Todavia, são entidades que se apresentam como adultos.

Feitas essas ressalvas, podemos dizer que todas as entidades de Umbanda, especialmente as Crianças, Caboclos e Pretos-Velhos, são espíritos ancestrais que estão ligados, cada um, a um Orixá. Assim, as crianças trazem a vibração dos Orixás Ibeji, conhecidos na Umbanda Esotérica como Yori; os Pretos-velhos vêm sob as vibrações dos Orixás Obaluaiê, Nana Buruquê ou Yorimá e os Caboclos podem ser de Oxossi, Xangô, Ogum etc. Também é preciso falar que existem os chamados cruzamentos vibratórios em que uma entidade de Ogum, por exemplo, pode trazer também as forças de outro orixá, como Ogum Yara que além das forças de Ogum, movimenta também as forças dos Orixás das águas, como Yemanjá, Oxum etc.

Vejamos alguns exemplos de Caboclos de Oxossi:Caboclo Mata Virgem, Caboclo Folha Seca,Pena Branca, Caboclo Pena Vermelha, Cacique das Matas, Caboclo Cobra-coral, Cabocla Jurema, Cabocla Jacyra, Caboclo Ventania, Caboclo Caçador e outros. Na linha de Ogum temos: Ogum de Lê, Ogum Beira-mar, Ogum Matinata, Ogum Sete Ondas, Caboclo Ubiratan, Ogum Megê, Ogum Sete Espadas, Ogum das Pedreiras e mais uma plêiade de espíritos que vêm sob essa vibração. Entre os caboclos de Xangô temos muitos caboclos famo­sos, como Caboclo das Sete Pedreiras, Caboclo Vira-mundo (que vem como Xangô ou Oxossi), Xangô Kaô, Caboclo Pedra Branca, Caboclo da Pedra Preta etc. Para citar alguns da linha de Oxalá, que dificilmente baixam, temos Caboclo Ubiratan, Caboclo Girassol, Caboclo Ipojucan, Caboclo Guaracy e Caboclo Tupi. Esses caboclos, normalmente, vêm fazendo cruzamento vibratório com outros orixás, especialmente com Oxossi.
Todas as entidades de Umbanda são importantes. Ainda que alguns se orgulhem de serem médiuns de caboclos renomados e tidos como chefes de falange, o que vemos é que quando estão no terreiro, os Caboclos tratam uns aos outros como iguais, mostrando que o que importa é o trabalho espiritual e, como em uma aldeia, tudo é feito em conjunto e com as ordens dos planos superiores. Assim diz um ponto cantado de caboclos: na sua aldeia ele é caboclo, é Rompe-mato e seu mano Arranca-toco, na sua aldeia lá na jurema, não se faz nada sem ordem suprema.

É também do linguajar de caboclo, que não cai uma folha da jurema (da mata), sem ordem de Oxalá, ou seja, que tudo na vida tem motivo e que nossas ações são registradas na lei de causa-e-efeito, ou lei do karma. Mas isso não significa ficar passivo, esperando o pior acontecer. Os Caboclos também ensinam a termos coragem e a sermos guerreiros na vida, lutando pelo que é justo e bom para todos. No que é possível, os caboclos nos ajudam a entrar na macaia (a mata que simboliza a vida), a cortar os cipós do caminho (vencer as dificuldades) e, se preciso, caçar os bichos do mato (vencer as interferências espirituais negativas). Essa postura é evidenciada em vários pontos, como esse:

Atira, atira, eu atirei, eu bamba vou atirar Bicho no mato é corredor, Oxossi na mata é caçado.
Cadê Vira-mundo pemba (bis)
Tá no terreiro, pemba, com seus caboclos, pemba.
Veado no mato é corredor, cadê meu mano caçador
E o Caboclo Ventania que me protege noite e dia.

Para quem vivência o terreiro, que há anos luta as batalhas espirituais e já viu os caboclos vencendo as demandas dos filhos-de-fé, afastando entidades negativas, tratando doenças que a medicina muitas vezes não resolve e dando lições de simplicidade, humildade, coragem e persistência, ouvir ou mesmo lembrar esses pontos cantados, traz uma sensação de alegria que enche o coração, renova o ânimo e nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. Melhor do que qualquer leitura sobre caboclo é vê-lo incorporado atendendo quem precisa.

Fonte: Revista Orixás, Candomblé e Umbanda – Ano I – Nº 02

domingo, 13 de abril de 2008

Os Exus

NOSSOS LOUVORES NEM TODOS CONHECEM, POR ISSO NÃO SABEM O QUE PEDIMOS A DEUS. COMO PODE ALGUÉM QUERER ESTAR NA LUZ, SE ANTES NÃO CONHECEU AS TREVAS?

SAUDAÇÃO DE EXU "LARO-IÊ É MOJUBA"

"NEM TUDO É O QUE APARENTA SER, MAS TUDO O QUE APARENTA SER, É...". FALAR DE EXU NÃO É UMA TAREFA FÁCIL, PORÉM, INQUIRIR, PESQUISAR, PROCURAR SUA ORIGEM E SUA FINALIDADE É O DIREITO DE QUEM QUER APRENDER. HÁ UMA NUVEM COBRINDO A DISTÂNCIA DE SEU PRINCÍPIO ATÉ NOSSOS DIAS.
NESTA CAMINHADA LENTA DA HUMANIDADE GANHASTES MUITAS FORMAS E FOSTES BATIZADO COM INÚMEROS NOMES: NO JARDIM DO ÉDEN, EM UMA SERPENTE QUE INTRODUZIU O PRIMEIRO PECADO NO SEIO DA HUMANIDADE; ERAS O AGENTE, MAS NÃO O MAL, POIS O LIVRE ARBÍTRIO NOS DÁ O DIREITO DE OPTAR. DE ADÃO E EVA PROLIFEROU A HUMANIDADE E, COM ELA OS SEUS DEUSES, SEU MEDO E SUA CURIOSIDADE. HÁ MEU IRMÃO DE LONGA CAMINHADA...

PARA MOISÉS, VOCÊ FOI A BENGALA QUE APOIAVA O CORPO NAS FATÍDICAS ANDANÇAS MAS, SE NECESSÁRIO, VOCÊ TAMBÉM SERIA A ASSUSTADORA SERPENTE. PARA OS FENÍCIOS, VOCÊ FOI MOLOCK, ESPÍRITO TENEBROSO, CUJO INTERIOR ERA UMA FORNALHA ARDENTE, ONDE SEUS SEGUIDORES DEPOSITAVAM SUAS OFERENDAS.

PARA A PÉRSIA DE ZOROASTRO, ATENDIAS PELO NOME DE ARRIMANDO, ESPÍRITO ANGUSTIADO E VINGADOR! PARA O EGÍPCIO VOCÊ ERA DUET, UM GUARDIÃO QUE CASTIGAVA, QUE PUNIA, PARA DEPOIS DE PUNIDO, SER ENTREGUE AO DEUS DA LUZ E SERENIDADE; VOCÊ ERA A LIGAÇÃO ENTRE O HOMEM E A MENTE, A MORADA DE OSÍRIS QUE É O DEUS DO AMOR E DA CRIAÇÃO. NO EGITO, VOCÊ TAMBÉM ERA TIFON OU APRITES;
A CHINA MILENAR TE DEU O NOME DE DIGIN; RAVANA PARA O HINDU; OS ESCANDINAVOS LHE CHAMAVAM AZALOCK. EM CADA POVO UMA PERSONALIDADE E UMA VIBRAÇÃO DIFERENTE. PARA O NOSSO ÍNDIO BRASILEIRO, VOCÊ ATENDIA POR VÁRIOS NOMES E VÁRIAS ATUAÇÕES: CAIRÉ É UM FANTASMA QUE APARECE NA LUA CHEIA PARA PUNIR OS MAUS; CATITI; É OUTRO, SÓ VISÍVEL NA LUA NOVA E ATRAPALHA A PESCA. JURUPARI É O MAU ESPÍRITO QUE TRÁS PESADELO, CURUGANGA OFICIA COMO ASSOMBRAÇÃO.

ATÉ ENTÃO, VOCÊ COM MÚLTIPLAS FUNÇÕES E PERSONALIDADES, NÃO ERA MAIS QUE UMA ENERGIA, UMA FORÇA. ATÉ 2000 ANOS ATRÁS, VOCÊ ERA VISTO E SINCRETIZADO COMO GUERREIRO, COMO UM HOMEM.

PARA O MAU ARTISTA, UMA GROTESCA OBRA. O HEBREU TE DEU NOVAS FORMAS E, NA PIA BATISMAL RECEBESTES OS NOMES: DIABO? DEMÔNIO? SATANÁS? COISA RUIM? LÚCIFER, ETC... PELO PINCEL DO PINTOR OU O FORMÃO DO ESCULTOR, NA METAMORFOSE DOS INTERESSES DE UMA RELIGIÃO QUE AMEDRONTA E NÃO ESCLARECE, TE FIZERAM UM MONSTRO... COMO MONSTRO; VOCÊ DEFENDIA COM MAIOR EFICÁCIA OS INTERESSES ECONÔMICOS DO SEU CRIADOR, CAUSANDO HORRIPILÂNCIA VÊ-LO ASSIM DESFIGURADO.

INFÂMIA E O MAU GOSTO DO ARTISTA QUE TE FEZ UM AGREGADO DE HOMEM E ANIMAL, COM LONGOS CORNOS E PÉS CAPRINOS, É UMA AFRONTA AO PRÓPRIO CRIADOR. AH, MEU AMIGO... A TUA IMAGEM HOJE NADA MAIS É QUE O REFLEXO, A EXTERIORIZAÇÃO DE CONSCIÊNCIAS MAU FORJADAS.

SÃO DOIS MIL ANOS QUE RELIGIÕES VEM TE PROJETANDO, PROGRAMANDO O SUBCONSCIENTE DA POBRE HUMANIDADE. AS RELIGIÕES AFIRMAM QUE EXU ERA O DIABO E ASSIM SE PROPAGOU, E ASSIM FICOU... NÓS SÓ CONHECÍAMOS O CATOLICISMO COMO RELIGIÃO DOMINANTE. O PADRE ERA O SÁBIO DOUTOR, MENTOR ENFIM... E FICARIA ASSIM SE, AO LADO DA RELIGIÃO, NÃO EXISTISSE A HISTÓRIA.

O DIABO É UM RIVAL DE DEUS, UM ANJO REBELDE, SATANÁS É FALSÁRIO QUE TENTOU EVA E PERDEU ADÃO. TENTOU CAIM E PROMOVEU O ASSASSINATO DE ABEL; TENTOU JESUS, NO MONTE E LEVOU JUDAS A TRAIÇÃO. JESUS NÃO CEDEU À SUA TENTAÇÃO, PROVA ELOQÜENTE, DO DIREITO DE OPTAR; RESPEITO SAGRADO AO LIVRE ARBÍTRIO DO HOMEM.

FORÇAM-NOS A PENSAR QUE VOCÊ É O EXECUTOR, PORÉM, NÃO É A CAUSA NEM O EFEITO, E SIM, UM ELEMENTO, UMA VIBRAÇÃO, QUE SERVE DE ACORDO COM A VONTADE DO PEDINTE OU, A LICENÇA DO PATRÃO. SERÁ ISSO, OU NÃO?... SABEMOS QUE O NEGRO E O ÍNDIO NÃO CONHECIAM UM RIVAL DE DEUS.

NÃO HÁ UM CONCORRENTE NAS LEIS DIVINAS!... UM DIABO, UM SATANÁS... HÁ SIM, UMA CORTE DE SERES INFERIORES QUE, POR ISSO MESMO, ESTÃO A SERVIÇO DE SERES SUPERIORES, AOS QUAIS OBEDECEM E SERVEM, SEM CONTESTAR.

EXU É UM MENSAGEIRO, O GUARDA, O POLICIAL, O MOÇO DE RECADO QUE VIVE NA RUA, ORIENTANDO; SERVINDO DE INTERMEDIÁRIO ENTRE O ORIXÁ E O HOMEM.

ENTENDEMOS QUE O DIABO NOS LUDIBRIOU!... O NEGRO NÃO SABIA QUEM ERA O DIABO, SABÊ-LO-IA O BUGRE DISPONDO DE UMA MITOLOGIA INFERIOR? NÃO TINHAM UMA NOÇÃO SEMELHANTE. O BUGRE CONHECIA O CAIÇORE, CURUPIA, CURUGANGA, ANHANGÁ, ENTIDADES QUE SE TORNAM PESADELOS, QUE DÃO MAU SONHOS E QUE ESTORVAM A PESCA E A CAÇA, CONTUDO, O HOMEM PODE AMANSÁ-LOS, DANDO-LHES PEQUENAS OFERENDAS.

QUEM AMEAÇARIA O DIABO? ... ESTE PRETENSO REI SERÁ TÃO PORCO, TÃO MESQUINHO QUE SE VENDA POR ALGUNS?????? DE VELA? SERÁ ISTO UM RIVAL DE DEUS? ... UM DIABO, UM SATANÁS?... O BUGRE E O NEGRO NÃO CONHECIAM ESTA FIGURA HEBRAICA, PREGADA E PROPAGADA AOS QUATRO CANTOS DO MUNDO, PELOS SACERDOTES E SEUS DISCÍPULOS.

O NEGRO NÃO SERVIA AOS INTERESSES FINANCEIROS; PERANTE DEUS NÃO EXISTE RIVAL. ELE É A CRIAÇÃO, O PRINCÍPIO E O FIM.

PARA CADA ELEMENTO, DEUS CRIOU UMA FORÇA DOMINANTE, UM ENCARREGADO, UM GUARDIÃO, UM ORIXÁ QUE REGE O PLANO UNIVERSAL E CÓSMICO, MAS CRIOU TAMBÉM O INTERMEDIÁRIO " O VAZIO", O EXU, O DEVA, ATRAVÉS DO DIVINO TRONO MEHOR-YÊ,TRONO GUARDIÃO DOS MISTÉRIO EXU ONDE TAMBÉM ATUA O DIVINO TRONO MAHOR-YÊ TRONO GUARDIÃO DOS MISTÉRIO POMBA-GIRA NO RITUAL DE UMABANDA SAGRADA, QUE ATUA EM HARMONIA COM OS ORIXÁS. LÁ NO ALTO ESTÁ A ENERGIA UNIVERSAL E CÓSMICA, OXALÁ E OIÁ, OXUM E OXUMARÉ, OXÓSSI E OBÁ, XANGÔ E EGUNTÁ, OGUM E IANSÂ, OBALUAÊ E NANÂ, YEMANJA E OMULU; NO PLANO INTERMEDIÁRIO, ATUANDO OS GRANDES GUARDIÕES E SUAS FALANGES EXU TRANCA-RUAS, MARABÔ, TATA-CAVEIRA, SETE COVAS, EXU MORCEGO ETC..., POMBA GIRA DAMA DA NOITE ENTRE MUITAS OUTRAS AQUI NÃO CITADAS.

PORÉM AFIRMO, AQUELE GRUPO DE DEMÔNIOS AVERMELHADOS, GUAMPUDOS, COM PÉ DE BODE, E BARBA NA PONTA DO QUEIXO, OLHOS SALTADOS, DENTES AGRESSIVOS... NÃO É EXU. AQUILO É UMA CONCEPÇÃO PRIMÁRIA, FALSA MÓRBIDA, VELHACA, INDECENTE, RIDÍCULA...É UMA AGRESSÃO A NOSSA INTELIGÊNCIA; UMA INFÂMIA, UM DISPARATE, UMA OFENSA AO DIVINO CRIADOR!

NÃO PODEMOS ACEITAR ESSA ASSIMILAÇÃO. ESTE DEMÔNIO HEBREU NÃO É O PLUTÃO DOS GREGOS, NÃO É O TIFON DO EGÍPCIO, NÃO É O ARIMAM DOS BABILÔNIOS, NÃO É O DIGIN DO CHINÊS, NÃO É O RAVANA DO HINDU, NÃO É O BARÁ DO NEGRO E NÃO É O CAISSORÉ DO BUGRE. ESSE DEMÔNIO BESTIFICADO NÃO FAZ PARTE DESSE PANTEON!

POR DEUS, NÃO É NADA DISSO!... SÓ PODE SER FRUTO DO INTERESSE ECONÔMICO DE ESCRITORES MAL INFORMADOS, SEM DECÊNCIA, OU RESPEITO PELO BELO. AQUI APLAUDO COM ENTUSIASMO, AQUELES QUE TIVERAM A HONRADEZ DE PROCURAR UM NOVO SINCRETISMO, TENTANDO INTRODUZIR UMA IMAGEM CONDIZENTE COM O ALTRUÍSTICO, TRABALHO DESSES INCANSÁVEIS E MARAVILHOSOS GUARDIÕES.

ESTAMOS REALMENTE MARCHANDO PARA UM NOVO SINCRETISMO, ASSIMILANDO-OS COM GUERREIROS, COM SEUS APARATOS, UNIDOS E DELINEADOS. A MARCHA DO TEMPO SE ENCARREGARÁ DE EXPURGAR O HORRENDO, E HOJE TEMOS EM NOSSO MEIO A IMAGEM VERDADEIRA, E ELA É BEM DIFERENTE!

COMO DISSE UM PRETO VELHO PAI MANECO: "EXU É COMO LAGARTA SE ENCLAUSURA PARA MUDAR EM LINDA BORBOLETA".

EXU NÃO É UM FIM EM SI MESMO. EXU É COMO SÃO CHAMADOS OS SERES NATURAIS QUE HABITAM UMA DIMENSÃO X, E SÃO, EM QUASE TUDO, SEMELHANTES AOS SERES HUMANOS QUE VIVEM NO PLANO MATERIAL. POSSUEM CORPO BEM DELINEADO, REVESTIDO COM UM PLASMA SEMELHANTE À PELE HUMANA. ELES SÃO IRRADIADORES DE LUZ, MAS ENERGIZAM UMA ENERGIA OU VIBRAÇÃO QUE ESTIMULA E DESPERTA, SÃO EXTREMAMENTE ESTIMULADORES DO VIGOR.

EXUS CONCEDEM SEMPRE QUANDO OS SOLICITAM, MAS SE ERRAREM, O SER, LOGO SERÃO PUNIDOS PELO PÓLO NEGATIVO DO MISTÉRIO QUE AFRONTARAM. ASSIM É A LEI, E DIANTE DELA, CADA UM É RESPONSÁVEL POR TUDO O QUE FIZER. A LEI SEMPRE ESTÁ ATUANDO E BLOQUEANDO OS PONTOS DE CAPTAÇÃO, IMPEDINDO OS SERES DE DESVIAREM-SE DO QUE O DESTINO LHES RESERVOU PARA A ENCARNAÇÃO QUE ESTÃO VIVENDO. QUANDO A CAUSA DO BLOQUEIO É EMOCIONAL, BASTA ANULAR A FONTE DE DESEQUILÍBRIO, QUE O SER READQUIRE O SEU VIGOR, MAS QUANDO A LEI ESTÁ BLOQUEANDO, AI PODE-SE INVOCAR, QUEM DESEJARMOS QUE NADA SERÁ CONSEGUIDO.

EXU É REGIDO PELA LEI, SERIA O ÚLTIMO A AFRONTÁ-LA. ELE OLHA PARA ALGUÉM (CONSULENTE) E DE IMEDIATO SABE SE É DESEQUILÍBRIO EMOCIONAL, OU IMPOSIÇÃO DA LEI.

SE A LEI ESTÁ ATUANDO, ELE, O EXU NÃO DEIXA DE AJUDÁ-LO, MAS EM OUTROS SENTIDOS, QUE COM CERTEZA AJUDARÃO AS PESSOAS A REABILITAR-SE DIANTE DELA (A LEI). É MAIS OU MENOS ASSIM, QUASE SIMPLES.

SE UM ENCARNADO ESTÁ SOFRENDO UMA ATUAÇÃO BLOQUEADORA NO SEU SÉTIMO SENTIDO, POR EXEMPLO, PORQUE EM UMA ENCARNAÇÃO ANTERIOR ABUSOU DAS COISAS RELATIVAS A GERAÇÃO DA VIDA, ELE NÃO AJUDA, MAS ESTIMULA OUTROS DOS SEUS SENTIDOS. O DESEJO DE REALIZAR ALGUMA COISA NOBRE QUE O CREDITARA DIANTE DA LEI, E TAMBÉM ANULA EM SEU EMOCIONAL AS ANSIEDADES RELATIVAS AO QUE FOI DISVIRTUADO E AGIDO CONTRA A VIDA, LIVRANDO-O DE ALGUM TORMENTO.

PERCEBER QUE, VIGOR E DESEJO SÃO COISAS DIFERENTES, MAS ESTÃO LIDADOS ENTRE-SI

SAIBAM QUE ESSES FATORES, VIGOR (EXU) E DESEJO (POMBA-GIRA), SE COMPLETAM E CRIAM CONDIÇÕES IDEAIS PARA QUE A UMBANDA TENHAM SEUS RECURSOS MÁGICOS E CÁRMICOS, TAMBÉM ELES, ATUANDO ATRAVÉS DE LINHAS DE FORÇA HORIZONTAIS OU INCLINADAS, E DISPENSA A ATIVAÇÃO DIRETA DE TRONOS CÓSMICOS OU DOS ASPECTOS NEGATIVOS DOS REGENTES DAS LINHAS DE UMBANDA.

O MISTÉRIO EXU ATUA NO VIGOR, NA POTÊNCIA E NA FORÇA. EM SUA DIMENSÃO, SOMENTE ESSAS ENERGIAS SÃO MANIPULADAS.À ESTA, E A ENERGIA LÁ GERADA SÃO DIVIDIDAS EM OUTRAS DIMENSÕES, ONDE ESTIMULARAM NOS SERES O DESEJO POR ALGUMA COISA.

SEM DESEJO OS SERES TORNAM-SE APÁTICOS, ESTACIONAM NO TEMPO E NÃO EVOLUEM, POIS NÃO, POR DESEJAM NADA ALÉM DO QUE TEM EM SI MESMO. SEM O DESEJO A PARALISIA SERIA TOTAL... COM O DESEJO, POR EXEMPLO, DE CONHECERMOS, CHEGAREMOS LÁ.

O QUE SERIAM DE NÓS SE NÃO TIVÉSSEMOS DESEJO DE QUERER ALGO E VIGOR EM REALIZAR ESSE ALGO.

QUANDO UM EXU ENTRA NA VIDA DE ALGUÉM, É PORQUE O PÓLO OPOSTO DESSE ALGUÉM ESTÁ EM DESEQUILÍBRIO... POIS PREPARE-SE.

OS DOMÍNIOS DAS TREVAS POSSUEM TRONOS PODEROSÍSSIMOS, ENERGETICAMENTE FALANDO. ALI, OCUPADOS POR ESPÍRITOS HUMANOS DESVIRTUADOS, DERAM INÍCIO A AQUILO QUE CHAMAMOS DE TREVAS DA IGNORÂNCIA. NO POSITIVO A LUZ É CONSTANTE, NO NEGATIVO, CONSTANTE É A ESCURIDÃO.

DIZEM QUE LÚCIFER FOI APENAS O CONDENSADOR DE TODO O MAGNETISMO TIPICAMENTE HUMANO DE NATUREZA NEGATIVA. COMO ALGUÉM PODE QUERER ESTAR NA LUZ, SE ANTES NÃO CONHECEU AS TREVAS.

A UMBANDA DIZ: "VENHAM, TODOS OS QUE TRANSITAM NOS DOIS SENTIDOS PELOS CAMINHOS DA VIDA; POIS A CADA UM CONDUZIREI, E A TODOS RECONDUZIREI AO PARAÍSO, QUE PERDERAM NUMA NOITE ESCURA!!!”

EXU É ENERGIA E MISTÉRIO. ENQUANTO ENERGIA É VITALIZADOR E TRANSFORMADOR, ENQUANTO MISTÉRIO É AGENTE DA LEI MAIOR. É VITALIZADOR OU DESVITALIZADOR DOS SENTIDOS CAPITAIS DE UM SER, E ATUA COMO TRANSFORMADOR DE SUA VIDA.

EXU, ENQUANTO ELEMENTO CÓSMICO MÁGICO, SÓ É ATIVADO OU DESATIVADO SE FOR DEVIDAMENTE PAGO COM OFERENDAS SIMBÓLICAS.

EXU, ENQUANTO ELEMENTO RELIGIOSO ATUA COMO ESGOTADOR DE KARMAS INDIVIDUAIS E COMO VITALIZADOR OU ESGOTADOR DA RELIGIOSIDADE DAS PESSOAS.

EXU, ENQUANTO MISTÉRIO AUXILIAR DO MISTÉRIO ORIXÁ LIDA COM SEUS ASPECTOS NEGATIVOS NATURALMENTE, E OS ATIVA OU DESATIVA SEGUNDO AS REAÇÕES DE QUEM FOR ALCANÇADO E ATINGIDO POR ELES (OS ASPECTOS NEGATIVOS DOS ORIXÁS).

EXU ENQUANTO LINHA ESQUERDA DA UMBANDA, INCORPORA NOS SEUS MÉDIUNS E DÁ CONSULTAS GRATUITAS A QUEM DISPUSER-SE A FALAR COM ELE, ACONSELHANDO, ORIENTANDO, DEFENDENDO, AJUDANDO A SUPERAR SUAS DIFICULDADES MATERIAIS OU ESPIRITUAIS, FAMILIARES OU DE TRABALHO, ETC, MAS SEMPRE A PARTIR DE SUA VISÃO CÓSMICA DAS SITUAÇÕES, DE SEU SENSO DE OPORTUNISMO E DE SEU ENTENDIMENTO PESSOAL DE COMO DEVE PROCEDER PARA RESPONDER A QUEM SOLICITOU.

EXU ESCREVA RETO POR LINHAS TORTAS; ESCREVE TORTO POR LINHAS RETAS, E ESCREVE TORTO EM LINHAS TORTAS. SÓ NÃO CONSEGUE ESCREVER RETO EM LINHAS RETAS...PORQUE TEM DUAS CABEÇAS, UMA INSTINTIVA E OUTRA EMOTIVA; UMA É MOVIDA POR SUAS NECESSIDADES (INSTINTO) E OUTRA MOVIDA POR SEUS INTERESSES (EMOÇÃO).

AS DUAS CABEÇAS DE EXU REPRESENTAM SUA NATUREZA DUAL (É BOM OU MAU) QUE ORA O INSTIGA A SATISFAZER AS SUAS NECESSIDADES, ORA O INDUZ A SATISFAZER AS NECESSIDADES ALHEIAS.

POR ISSO, SE UM EXU FOR ASSENTADO NA TRONQUEIRA DE UM TERREIRO, OU EM UM LUGAR QUALQUER, ELE TEM QUE SER SERVIDO E SAUDADO ANTES DO INÍCIO DE QUALQUER RITUAL.

EXU É O MAIS HUMANO DOS MISTÉRIOS DA UMBANDA, PORQUE ASSIMILA TUDO O QUE SEU MÉDIUM VIBRA EM SEU ÍNTIMO.

E SE ASSIM É, É PORQUE EXU É ESPECULAR (SEMELHANTE A UM ESPELHO) E REFLETE EM SI A NATUREZA EMOTIVA DO SEU MÉDIUM, ATRAVÉS DA QUAL ELE MANIFESTA QUANDO INCORPORA.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Orixás Cósmicos - Oiá

Oiá é a orixá do Tempo e seu campo preferencial de atuação é o religioso, onde ela atua como ordenadora do caos religioso
O “Tempo” é a chave do mistério da Fé regido pela nossa amada mãe Oiá, porque é na eternidade do tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem. A orixá Oiá forma um pólo magnético vibratório e energético oposto ao do orixá Oxalá, e ambos regem a linha da Fé, que é a primeira das Sete Linhas de Umbanda, que são as sete irradiações divinas do nosso Criador. Logo, o campo de atuação de nossa amada mãe Oiá é o campo da fé, onde flui a religiosidade dos seres, todos em continua evolução.

Oiá é a regente cósmica da linha da Fé, e tempo é o vazio cósmico onde são retidos todos os espíritos que atentam contra os princípios divinos que sustentam a religiosidade na vida dos seres.

“Tempo”, eis as qualidades, atributos e atribuições negativas de Oiá, de que tanto falamos e alertamos aos supostos pais de Santo ou magos negros que recorrem ao “Tempo” para prejudicar seus semelhantes com seus ebós sujos e suas magias negras. Oiá é a orixá regente do pólo negativo da linha da Fé, que é a primeira das Sete Linhas de Umbanda e, com Oxalá assentado em seu pólo positivo, dão sustentação a todas as manifestações da fé e dão amparo a todos os “sacerdotes” virtuosos e guiados pelos princípios divinos estimuladores da evolução religiosa dos seres.

Quando Oiá “vira no tempo”, seja contra um seu filho direto quanto um seu filho indireto (que têm a coroa regida por outros orixás), então sua vidaentra em parafuso e só deixará de rodar quando esgotar tudo de desregrado e desvirtuado que nela existia. Isto é Oiá, amados filhos dos orixás! Mãe religiosa por sua excelência divina, mas mãe rigorosa por sua natureza cósmica, cujo principal atributo junto dos espíritos humanos é o de esgotar o lobo sanguinário que oculta-se por baixo da pele de cordeiro.

Enquanto Oxalá é irradiante, Oiá é absorvente, e enquanto os filhos de Oxalá são extrovertidos, os de Oiá são introspectivos e até um tanto tímidos, pois a natureza forte de sua mãe divina exige deles uma certa “beatitude” 9já que, das mães divinas, ela é a mais ciumenta por seus filhos amados e a mais rigorosa com os seus filhos relapsos. Isto é Oiá, amados filhos das nossas amadas mães divinas!

Se ela é assim, é porque ela é a orixá que, junto com Oxalá, rege a primeira linha de Umbanda, que é a linha da Religiosidade. Logo, os filhos de Umbanda, que têm em Oxalá o divino Pai da Fé, também devem cultuar a divina mãe Oiá. Com ele no pólo positivo e ela no pólo negativo, forma-se o par dos orixás excelsos que regem a linha da Fé e estimulam a religiosidade nos seres.

Oxumaré

Oxumaré é o orixá que rege sobre a sexualidade e seu campo preferencial de atuação é o da renovação dos seres, em todos os aspectos.
Oxumaré é um dos orixás mais conhecidos, e no entanto é o mais desconhecido dos orixás dentro da Umbanda, pois os médiuns só cultuam a orixá Oxum, que na linha do Amor ou da Concepção forma com ele a segunda linha de Umbanda. O aspecto positivo de Oxumaré, que nos chega através das lendas dos orixás, é que ele simboliza a renovação. Isto é verdadeiro. E o aspecto mais negativo é que ele é andrógino, ou parte macho e parte fêmea. Mas isto não é verdade. É inadmissível que uma divindade planetária tenha essas qualidades bissexuais, que só acontecem em seres com disfunções genéticas que provocam má formação, ou dupla formação, dos órgãos sexuais, e em seres com desequilíbrios emocionais ou conscienciais que fazem com que, psiquicamente, eles troquem seus sinais mentais e invertam sua sexualidade.

Portanto, não tem sustentação alguns médiuns, com seus sinais sexuais trocados, alegarem que são homossexuais porque são filhos de Oxumaré e que ele é um orixá que por seis meses é macho e por seis meses é fêmea.

Seres humanos com má-formações emocionais, mentais, genéticas ou conscienciais, no afã de se justificarem, passam às divindades suas vicissitudes humanas e não atentam para um detalhe fundamental: com seus desequilíbrios, estão desfigurando divindades planetárias que existem no mundo desde que Deus o criou, que são imutáveis em sua natureza, seja ela masculina ou feminina, e que regem alguns sentidos dos seres humanos, mas também regem outras dimensões planetárias paralelas à dimensão humana da vida.

Logo, desumanizaram uma divindade que humanizou algumas de suas qualidades, atributos e atribuições somente para acelerar nossa evolução e nos conduzir pelo caminho reto. Bastará um pouco de bom senso para detectar, nesta caracterização negativa de Oxumaré, uma justificativa de seres com desequilíbrios emocionais, mentais, conscienciais ou genéticos, já que uma divindade é de natureza positiva ou negativa, ativa ou passiva e masculina ou feminina, mas nunca possui as duas em si mesma.

Logo, que cultue um Oxumaré andrógino aquele que é desprovido do bom senso, certo? “Quem não souber valorizar a religiosidade que o libertará da terra, então que pague caro pela religiosidade que o aprisionará num diletantismo materialista!” Saibam que é isto que tem feito, e muito bem, este nosso irmão cósmico encarnado que, após ser afastado da Umbanda, criou todo um culto cuja doutrina, ao invés de pregar os valores maiores de Jesus Cristo, tem pregado, religiosamente, os seus próprios valores da “mais valia”. E também tem cobrado de seus fiéis seguidores o justo preço que ele estipulou: tudo o que puder tirar deles para usar em seu próprio benefício, ou de sua “igreja. Que pague para cultuar Deus quem não aprendeu a amá-Lo e adorá-Lo de graça! Certo?

Oxumaré, tal como revela a lenda dos orixás , e a renovação continua, mas em todos os aspectos e em todos os sentidos da vida de um ser. Sua identificação com Dá, a Serpente do Arco-íris, não aconteceu por acaso, pois Oxumaré irradia as sete cores que caracterizam as sete irradiações divinas que dão origem às Sete Linhas de Umbanda. E ele atua nas sete irradiações como elemento renovador. Oxumaré é a renovação do amor na vida dos seres. E onde o amor cedeu lugar à paixão, ou foi substituído pelo ciúme, então cessa a irradiação de Oxum e inicia-se a dele, que é diluidora tanto da paixão como do ciúme.

Ele dilui a religiosidade já estabelecida na mente de um ser e o conduz, emocionalmente, a outra religião, cuja doutrina o auxiliará a evoluir no caminho reto. Ou não é comum os testemunhos dados pelos neo-convictos no púlpito dos pastores mercantilistas, que dizem quase todos isto:

“Irmãos, quando eu freqüentava a Umbanda, eu fornicava, traia minha esposa e irmãos, gastava meu ordenado no jogo e nas bebidas, mentia, mas desde que me converti e me entreguei a Jesus, tudo em minha vida mudou. Hoje vivo para minha esposa e filhos, e para Jesus!”. Sem dúvida, concordamos nós. Mas... porque o mesmo irmão não ouviu os conselhos recebidos nos centros de Umbanda, que, se seguidos corretamente, o teriam conduzido pelo caminho reto? Não, ele não só não deu ouvidos às orientações dos guias e dos pais e mães espirituais, como deu vazão ao seu emocional e deu inicio ao mau uso do que aprendia dentro de uma religião magística por excelência, quando solicitava aos exus que fechassem os caminhos de seus desafetos em todos os campos da vida, além de pedir outras coisas, tais como: mulher, dinheiro, posses, etc. E ele não diz que nasceu numa família católica e cristã, mas porque era um relapso para as coisas da fé, foi até a Umbanda para ver se nela se emendava. Como não conseguiu, logo acabou retomando ao reformatório religioso de Jesus Cristo.

Pois é isto o que são as igrejas evangélicas: reformatórios religiosos onde nosso amado mestre Jesus recolhe os que nasceram sob sua irradiação luminosa mas não souberam captá-la da forma passiva como ela é passada pela Igreja Católica. Ele, que é bondade, amor e misericórdia, os conduz às divindades naturais (que são os orixás), os conduz ao espiritismo e a muitas outras doutrinas para ver se encontram uma onde suas naturezas ativas absorvam irradiações luminosas.

Mas, quando vê que eles não se adaptam em nenhuma delas, ativa seu pólo cósmico, e um de seus aspectos negativos logo os arrasta para um de seus reformatórios religiosos, para que eles voltem a trilhar o caminho reto. E se o aspecto negativo ativado não conseguir reconduzi-los ainda na carne, não desistirá, mesmo depois de desencarnar.

Renovação, eis a palavra chave que bem define o divino Oxumaré que, em seu aspecto negativo, tem um mistério escuro chamado por nós de “Sete Cobras” ou “Sete Caminhos Tortuosos”, que é por onde transitam todos os seres que saíram do caminho reto e entraram nos desvios da vida, que sempre conduzem aos caminhos da morte. Bem, já falamos sobre vários aspectos do nosso pai Oxumaré e de nossa amada mãe Oxum, que formam um par energético, magnético, vibratório que dá formação à segunda linha de Umbanda, que é a linha do Amor ou da Concepção.

Como dissemos, se nos estendêssemos daria um volumoso livro. Por isso encerramos aqui nosso comentário e vamos ensinar como se deve proceder para oferendar o divino Oxumaré.

Obá

Obá é a orixá que aquieta e densifica o racional dos seres, já que seu campo preferencial de atuação é o esgotamento dos conhecimentos desvirtuados.
Comentar sobre nossa amada mãe Obá é motivo de satisfação, pois, nas lendas, resumem sua existência ao papel de esposa repudiada por Xangô. Mas, justiça lhe seja feita, as lendas vêm sendo repetidas a tanto tempo, e às vezes de forma tão empobrecida pelas transmissões orais que, até como lendas, deixam a desejar e mostram como é deficiente o conhecimento sobre o campo de ação dos orixás.

Saibam que a orixá Obá que nós conhecemos e aprendemos a amar e reverenciar é uma divindade regida pelos elementos terra e vegetal, e forma com Oxóssi a terceira linha de Umbanda Sagrada, que rege o Conhecimento. Oxóssi está assentado no pólo positivo e irradiante desta linha e Obá está assentada em seu pólo negativo ou cósmico, que é absorvente.

Esta lenda, na verdade, refere-se a um rei que, como herdeiro das qualidades de Xangô, tinha várias esposas, que também se apresentavam como herdeiras das qualidades das orixás femininas. E, se o que esta lenda conta é verdade, no entanto só se refere a personagens humanos que eram tidos na conta de semideuses. Mas é só, porque esta história de orixá disputar pelejas tipicamente humanas e carnais, está mais para coisas humanas de que mistérios divinos. E, não tenham dúvidas de que os orixás são mistérios divinos que foram, em muitos casos, descaracterizados pelas próprias lendas, que visam eternizá-los na mente e nos corações humanos.

Saibam que Obá é uma orixá cósmica cujo elemento original é a terra, pois ela é orixá telúrica por excelência e atua nos seres através do terceiro sentido da vida, que é o Conhecimento, que desenvolve o raciocínio e a capacidade de assimilação mental da realidade visível, ou somente perceptível, que influencia nossa vida e evolução continua. Já o seu segundo elemento é o vegetal. Enquanto o orixá Oxóssi, o mitológico caçador, estimula a busca do conhecimento (evolução), Obá atrai e paralisa o ser que está se desvirtuando justamente porque assimilou de forma viciada os conhecimentos puros.

O culto à orixá Obá iniciou-se a quatro milênios atrás com a irradiação simultânea de uma de suas qualidades ou aspectos, a várias partes do mundo, quando, então, ela se humanizou.

E se nossa amada mãe Obá já recolheu boa parte de seus filhos encantados que se espiritualizaram, muitos ainda estão evoluindo nos dois lados da dimensão humana.

Muitos dos seus filhos são, hoje e na Umbanda, alguns dos mais silenciosos exus e das mais discretas pomba-giras, dos mais aguerridos caboclos e caboclas, resolutos nas suas ações, precisos nos seus conselhos, e não são de muita conversa quando sentem que o conhecimento que trazem não é assimilado por seus médiuns ou pelas pessoas que os consultam.

Agora, deixando os aspectos individuais ou comentários de apoio, o fato é que nossa amada mãe Obá é uma divindade planetária, regente do pólo negativo da linha do Conhecimento, que é a terceira linha de forças de Umbanda Sagrada.

Ela e Oxóssi formam esta linha e atuam em pólos opostos: enquanto ele estimula a busca do conhecimento, ela paralisa os seres que se desvirtuaram justamente porque adquiriram conhecimentos viciados, distorcidos ou falsos.

O campo onde Obá mais atua é o religioso. Como divindade cósmica responsável por paralisar os excessos cometidos pelas pessoas que dominam o conhecimento religioso, uma de suas funções é paralisar os conhecimentos viciados e aquietar os seres antes que cometam erros irreparáveis.

O ser que está sendo atuado por Obá começa a desinteressar-se pelo assunto que tanto o atraia e torna-se meio apático, alguns até perdendo sua desvirtuada capacidade de raciocinar.

Então, quando o ser já foi paralisado e teve seu emocional descarregado dos conceitos falsos, ai ela o conduz ao campo de ação de Oxóssi, que começará a atuar no sentido de redirecioná-lo na linha reta do conhecimento.

É certo que esta atuação que descrevemos é a que Obá realiza através do seu aspecto positivo ou luminoso, por onde fluem suas qualidades, atributos e atribuições positivas.

Mas como todo orixá cósmico, ela também possui seus aspectos negativos, que ativa sempre que é preciso acelerar a paralisação de um ser que, com seus conhecimentos, está prejudicando muitas pessoas e atrapalhando suas evoluções pois está induzindo-as a seguirem em uma direção contrária à que a Lei Maior reservou-lhes.

Saibam que todas as doutrinas religiosas rígidas e rigorosas com seus adeptos têm a sustentá-las a silenciosa atuação de nossa amada mãe Obá.
Vasto é o campo de atuação de nossa amada mãe Obá e aqui não dá para mostrá-lo todo. Mas acreditamos que os filhos de Umbanda já entenderam onde e quando ela atua.

E, porque ela atua de forma silenciosa e vai paralisando os seres que dão mau uso ao dom do raciocino e aos conhecimentos adquiridos, e atua preferencialmente no campo religioso, então está na hora de resgatar os aspectos luminosos dessa amada mãe cósmica e lançar no lixo religioso a lenda que denigre sua imagem humana, pois foi por amor a nós, espíritos humanos, que ela se humanizou e ajudou a acelerar nossa evolução.

Que fiquem propagando sua falsa humanização os que um dia haverão de conhecer as verdades sobre Obá, mas nos domínios de seus aspectos negativos.

Egunitá

Egunitá é o Orixá Cósmico aplicador da Justiça Divina na vida dos seres racionalmente desequilibrados
Fogo, eis o mistério de nossa amada mãe Egunitá, regente cósmica do Fogo e da Justiça Divina que purifica os excessos emocionais dos seres desequilibrados, desvirtuados e viciados. Os hindus nos legaram uma divindade cósmica do fogo, punidora das falhas, dos erros e das paixões humanas por excelência. Kali, no panteão hindu, é uma divindade temida e evitada por todos os que desconhecem seu mistério e o porquê de sua existência em oposição à de Agni, o Senhor do Fogo Divino, do fogo da Fé?

O fato é que todas as irradiações divinas, enquanto são apenas essências, são neutras. Mas quando se condensam e dão origem aos elementos, ai se polarizam em todos os sentidos e assumem naturezas bem distintas. Pois aí, no fogo, surgem Agni e Kali. Ele é o fogo em seu aspecto positivo e ela o é em seu aspecto negativo, ou o fogo da purificação das ilusões humanas. Agni é o fogo da fé e Kali é o fogo das paixões humanas. Agni é pólo masculino e Kali é pólo feminino. Agni é passivo e irradiante e Kali é ativa e atratora. Agni ilumina o ser e Kali o toma rubro. Agni é o raio dourado e Kali é o raio rubro. Agni é a serpente flamigea da Fé e Kali é a serpente rubra da paixão. Agni é a chama que aquece e Kali é o braseiro que queima.

Esperamos que tenham entendido que, se recorremos às divindades hindus Agni e Kali, foi para mostrar como um mesmo elemento possui dois pólos, duas naturezas, duas formas de nos alcançar e de nos estimular ou de nos paralisar; de acelerar ou paralisar nossa evolução; de estimular nossa fé ou de esgotar nossos emocionais desequilibrados.

Agora, coloquem no lugar de Agni o nosso amado orixá Xangô e no lugar de Kali a nossa amada mãe Egunitá e teremos os mesmos aspectos divinos, mas irradiados por divindades humanizadas em solo africano. Teremos a linha pura do fogo elemental, cujas energias incandescentes e flamejantes tanto consomem os vícios quanto estimulam o sentimento de justiça, que são as qualidades, atributos e atribuições de Xangô e Egunitá: aplicar a Justiça Divina em todos os sentidos da vida!

Afinal, ou entendemos as divindades a partir da ciência ou até o ano 3000 d.C. ainda estaremos adorando-as somente através dos fenômenos da natureza. E não é isto que elas desejam de nós, e não foi para isto que deram inicio à sua renovação através da Umbanda, certo? Nossa mãe Egunitá é fogo puro e suas irradiações cósmicas absorvem o ar pois seu magnetismo é negativo e atrai este elemento, com o qual se energiza e se irradia até onde houver ar para dar-lhe esta sustentação energética e elemental.

Como Egunitá (fogo) é feminina, ela se polariza com Ogum (ar), que é masculino e lhe dá a sustentação do elemento que precisa, mas de forma passiva e ordenada. Só assim suas irradiações acontecem de forma ordenada e alcançam apenas o objetivo que ela identificou. Se ela polarizasse com Iansã, suas energias não seriam irradiadas porque aconteceria uma propagação delas na forma de labaredas, já que as duas são de magnetismo e elemento feminino. Eis ai a chave das polarizações, que obedecem a uma ordenação das irradiações através dos magnetismos.

O inverso acontece com Ogum, que é passivo e só se torna ativo em seu segundo elemento, que é o fogo que o alimenta, aquecendo-o e energizando suas irradiações. Ogum, enquanto aplicador da Lei, atua nos campos da justiça como aplicador das sentenças.

Logo, se Ogum absorver o fogo de Xangô, que também é passivo em seu magnetismo, este fogo só irá consumir o ar de Ogum e não irá gerar a energia ígnea que fluiria como calor através das irradiações retas do seu magnetismo, que é passivo. Ogum é passivo no magnetismo eólico e ativo em seu segundo elemento, que é o fogo que energiza (aquece) o ar. Ogum irradia em linha reta (irradiação continua). Xangô irradia em linha reta (irradiação continua). Iansã irradia em espirais (irradiação circular). Egunitá irradia por propagação (irradiação propagada). Xangô polariza com Iansã, e suas irradiações passivas se tornam ativas no ar (raios); Egunitá polariza com Ogum, e suas irradiações por propagação magnética assumem a forma de fachos flamejantes.

Observem que Lei e Justiça são inseparáveis e para comentarmos Egunitá temos de envolver Ogum, Xangô e Iansã, que são os outros três orixás que também se polarizam e criam campos específicos de duas das Sete Linhas de Umbanda. Ela é cósmica (negativa) e seu primeiro elemento é o fogo, que se polariza com seu segundo elemento que é o ar. Portanto, como o fogo é o elemento da linha da Justiça, ela é uma divindade que aplica a Justiça Divina na vida dos seres.

E, porque o ar é o seu segundo elemento, que a alimenta e energiza e é o elemento da linha da Lei, ela é uma divindade que aplica a justiça como agente ativa da Lei e consome os vícios emocionais e os desequilíbrios mentais dos seres.

Os vícios emocionais tornam os seres insensíveis à dor alheia. Os desequilíbrios mentais transformam os seres em tormentos para seus semelhantes. As divindades têm uma função a realizar e nós sempre seremos beneficiários de sua atuação. Quando nos paralisam, também estão nos ajudando, pois estão evitando que continuemos trilhando um caminho que nos conduzirá a um ponto sem retorno. Ela é a executora da Justiça Divina nos campos da Lei, regidos por Ogum no pólo positivo da linha pura da Lei.